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19 de julho de 2008
7 de julho de 2008
Sustos
Um novo dia. As incertezas continuam mas a angústia atenuou-se um pouco. O meu pai recupera no hospital Santa Maria e está a correr bem.
Uma pessoa apanha cada susto na vida.
Uma pessoa apanha cada susto na vida.
6 de julho de 2008
Nó
Sento-me no topo das escadas que dão acesso à parte superior da zona onde moro. Acendo um cigarro e contemplo a paisagem à minha volta. No meio de prédios coloridos vejo o céu onde atravessam alguns pássaros e mais ao fundo os telhados das vivendas. É um óptimo lugar para pensar. Penso em como a vida é frágil e como de repente as nossas vidas podem mudar com um acontecimento inesperado. Um minuto somos felizes, no minuto a seguir podemos ser invadidos por angústias, incertezas e medos. Basta um telefonema. Mas no meio deste turbilhão de sentimentos, penso "não, vou ser optimista, não me vale de nada pensar o pior, não vai ser nada grave". Apago o cigarro no cimento, levanto-me e dirijo-me para casa, onde sei que tenho que fazer os possíveis para não mostrar a tristeza que se apoderou de mim, para que o meu filho não se aperceba de que a mãe não está bem. Talvez ele nem se aperceba de nada, mas mesmo assim, não merece receber em troca de uma riso inocente, uma cara puxada. Entro em casa e encontro-o com o pai, e tal como previra, com um largo sorriso estampado no rosto. Devolvo-lhe o sorriso e seguro nele, abraçando-o com força na tentativa de impedir que as lágrimas escorressem descontroladamente.
(o meu pai foi hospitalizado, pode não ser nada, mas o simples facto de saber que ele está deitado naquela cama, cheio de tubos e rodeado de estranhos deixa-me com um nó na garganta que estou com dificuldades em fazer desaparecer)
(o meu pai foi hospitalizado, pode não ser nada, mas o simples facto de saber que ele está deitado naquela cama, cheio de tubos e rodeado de estranhos deixa-me com um nó na garganta que estou com dificuldades em fazer desaparecer)
7 de novembro de 2006
Apresentou-vos o Lucas
6 de novembro de 2006
Chegada do Lucas
Fase 1
O sábado foi agitado. Estávamos todos na expectativa nasce-não-nasce do meu sobrinho e afilhado Lucas. A lua estava quase cheia, a minha mana já tinha tido umas contracções, tudo indicava que iria ser na madrugada de sexta para sábado, mas ela foi mandada para casa. Suspiramos de alívio, pensámos “bem, se calhar só deve nascer lá para segunda feira”. No sábado, o meu mais que tudo fez anos, portanto tinha que centrar as minhas atenções nele, afinal ele também era bebé nesse dia. Celebrámos o aniversário, dei rios de mimos. Mas sempre com aquele aperto de ansiedade no peito. À noite fomos os dois beber umas caipirinhas e daikiris de morango no bar perto de casa e lá por volta da 1 e tal da manhã demos por encerrada a noite. Fomos dormir com a cabeça meio nas nuvens por causa dos morangos.
Fase 2
Madrugada de sábado. Durmo como um tronco, pálpebras pesadas, cabeça ainda leve dos daikiris de morango, um sono tranquilo que supostamente iria restabelecer o meu equilíbrio natural. Às três e qualquer coisa, o telefone toca. O Tó atende, desliga, balbucia qualquer coisa como “é desta, eles vão para o hospital” e depois cai novamente com a cabeça na almofada e adormece. OK, penso “são horas de ir.... mas tenho tanto sono, acho que vou dormir sóooo mais um pouquinho”. O só mais um pouquinho foi uma hora. De repente e do nada, acordo sobressaltada, dou um pulo da cama, visto-me, pergunto ao Tó se ele quer ir comigo, ao que ele responde que não, ainda a dormir, ponho-me na estrada a caminho do hospital. As estradas e ruas vazias, não se ouve um único som. Por momentos pensei “ai que bom que isto fosse assim de manhã”. Chego ao hospital, onde encontro a minha mãe e irmã mais velha, as duas com cara de quem não pregou o olho, e eu ainda pior. Devia estar com um mau aspecto terrível. Enfim... esperamos e esperamos. Nessa hora da madrugada, acho que só estavam para nascer dois bebés. Por fim, lá por volta das 4:45, o pai da criança vem cá fora e nos diz que o Lucas já tinha nascido e que correu tudo bem, apesar da Cláudia não ter levado a tão desejada epidoral (não deu tempo para isso). Parece que ela entrou em pânico por alguns instantes e tratou mal as enfermeiras, mas depois acalmou-se a expulsão foi rápida e tranquila. Ufa.
Passado alguns minutos, um médico apareceu na porta para nos mostrar o Lucas. Perfeito, lindo, perfeito! Ainda com as mãozinhas a cobrirem o rosto.
Fase 3
Voltar para casa. Chegar a casa com a espertina e tentar contar ao namorado todos os pormenores e ele caído de sono. Adormecer e acordar cedo porque o dia ia ser grande.
Fase 4
Dia seguinte, Domingo. Visita às 5 da tarde. Uma enchente de gente para as visitas. Afinal, quantos nasceram?
Chegou a minha vez. Lá estavam os dois, a mãe já com um rosto tranquilo e feliz, apesar do cansaço, de quem acaba de dar à luz. O Lucas deitado na sua alcofa a dormir. Lindo, perfeito. Parece ter a boca do pai e o nariz e olhos da mãe, mas ainda é cedo para concluir. Mas é perfeito, e saudável. E sossegado!
Tirei umas fotografias que queria mostrar aqui, mas por estupidez apaguei-as sem querer.
Mas haverá mais. Não vou deixar de as partilhar convosco.
Até já.
O sábado foi agitado. Estávamos todos na expectativa nasce-não-nasce do meu sobrinho e afilhado Lucas. A lua estava quase cheia, a minha mana já tinha tido umas contracções, tudo indicava que iria ser na madrugada de sexta para sábado, mas ela foi mandada para casa. Suspiramos de alívio, pensámos “bem, se calhar só deve nascer lá para segunda feira”. No sábado, o meu mais que tudo fez anos, portanto tinha que centrar as minhas atenções nele, afinal ele também era bebé nesse dia. Celebrámos o aniversário, dei rios de mimos. Mas sempre com aquele aperto de ansiedade no peito. À noite fomos os dois beber umas caipirinhas e daikiris de morango no bar perto de casa e lá por volta da 1 e tal da manhã demos por encerrada a noite. Fomos dormir com a cabeça meio nas nuvens por causa dos morangos.
Fase 2
Madrugada de sábado. Durmo como um tronco, pálpebras pesadas, cabeça ainda leve dos daikiris de morango, um sono tranquilo que supostamente iria restabelecer o meu equilíbrio natural. Às três e qualquer coisa, o telefone toca. O Tó atende, desliga, balbucia qualquer coisa como “é desta, eles vão para o hospital” e depois cai novamente com a cabeça na almofada e adormece. OK, penso “são horas de ir.... mas tenho tanto sono, acho que vou dormir sóooo mais um pouquinho”. O só mais um pouquinho foi uma hora. De repente e do nada, acordo sobressaltada, dou um pulo da cama, visto-me, pergunto ao Tó se ele quer ir comigo, ao que ele responde que não, ainda a dormir, ponho-me na estrada a caminho do hospital. As estradas e ruas vazias, não se ouve um único som. Por momentos pensei “ai que bom que isto fosse assim de manhã”. Chego ao hospital, onde encontro a minha mãe e irmã mais velha, as duas com cara de quem não pregou o olho, e eu ainda pior. Devia estar com um mau aspecto terrível. Enfim... esperamos e esperamos. Nessa hora da madrugada, acho que só estavam para nascer dois bebés. Por fim, lá por volta das 4:45, o pai da criança vem cá fora e nos diz que o Lucas já tinha nascido e que correu tudo bem, apesar da Cláudia não ter levado a tão desejada epidoral (não deu tempo para isso). Parece que ela entrou em pânico por alguns instantes e tratou mal as enfermeiras, mas depois acalmou-se a expulsão foi rápida e tranquila. Ufa.
Passado alguns minutos, um médico apareceu na porta para nos mostrar o Lucas. Perfeito, lindo, perfeito! Ainda com as mãozinhas a cobrirem o rosto.
Fase 3
Voltar para casa. Chegar a casa com a espertina e tentar contar ao namorado todos os pormenores e ele caído de sono. Adormecer e acordar cedo porque o dia ia ser grande.
Fase 4
Dia seguinte, Domingo. Visita às 5 da tarde. Uma enchente de gente para as visitas. Afinal, quantos nasceram?
Chegou a minha vez. Lá estavam os dois, a mãe já com um rosto tranquilo e feliz, apesar do cansaço, de quem acaba de dar à luz. O Lucas deitado na sua alcofa a dormir. Lindo, perfeito. Parece ter a boca do pai e o nariz e olhos da mãe, mas ainda é cedo para concluir. Mas é perfeito, e saudável. E sossegado!
Tirei umas fotografias que queria mostrar aqui, mas por estupidez apaguei-as sem querer.
Mas haverá mais. Não vou deixar de as partilhar convosco.
Até já.
Estou muito muito feliz.
17 de outubro de 2006
O quarto do Lucas
É a semana dos sobrinhos, tá visto.
Já que a Cláudia não tem tido tempo para actualizar o seu blog, apresento-vos o quartinho do Lucas, que deve estar quase quase aí a surgir.



Já que a Cláudia não tem tido tempo para actualizar o seu blog, apresento-vos o quartinho do Lucas, que deve estar quase quase aí a surgir.




Festa da Aniversário
11 de outubro de 2006
21 de setembro de 2006
Lucas

estaremos quase no inverno
já falta pouco
Provavelmente sentirás um pouco de frio na tua pele rosada e fina
afinal, és ainda tão pequeno e frágil
Mas vais ser forte e obstinado,
como a tua mãe
e altivo e inteligente, como o teu pai
Já és um lindo menino
aposto que vais ter o sorriso do teu pai
e os olhos da tua mãe
vais ter um cabelo claro e olhos cor de avelã
Está tudo à tua espera
está quase tudo preparado para a tua chegada
tens uns lindos casaquinhos e botinhas e mantinhas
tantos inhos só para ti!
Estamos à tua espera
Tu, que não paras de dar pontapés na barriga da tua mãe
quando ela come alguma coisa mais temperada
Já vens com as manhas todas, não é?
E vens com pressa pelos vistos
parece que já queres sair disparado para fazer traquinices
calma, ainda falta um bocadinho
pequeno príncipe
mais um príncipe para este reino que é a nossa família
4 de setembro de 2006
Tio Tanche
Deixem-me falar-vos um pouco sobre o meu tio Tanche.
Era um homem pequeno e roliço, mas muito robusto. Tinha uma luzente careca que dava vontade de passar a mão. o Tio Tanche não era um homem qualquer. Era um homem que parecia não envelhecer. Passavam-se anos e ele continuava o mesmo homem robusto e doce de sempre. Era o melhor tio que uma pessoa poderia ter. Ele a a sua esposa, tia Leia. E nem sequer são tios, são parentes, e mas muito mais do que isso, são verdadeiros amigos, uma preciosidade nos dias que correm. Tio Tanche e tia Leia. São as melhores pessoas do mundo.
Lembro-me de brincarmos todos na casa deles. Era uma casa grande com um bonito pátio interior com jardim com um pé de tamarina, que costumávamos trepar para colhermos as saborosas tamarinas. Não havia tamarinas tão boas como aquelas. Comiamos tanto que ficavámos com dor de barriga.
Os corredores que davam para os quartos ladeavam o pátio. Tinha muitas plantas. Lembro-me de percorrermos os corredores desta casa até nos cansarmos. Depois íamos para a cozinha comer um lanche bem farto que a tia Leia nos tinha preparado. O tio Tanche sentava-se sempre à mesa connosco, sempre bem disposto e cheio de estórias para contar. Lembro-me do seu riso sonante e contagiante, do seu sorriso aberto, dos seus braços sempre prontos para nos abraçar, dos seus olhos sinceros, alegres. Lembro-me da sua meiguice, do seu ar de malandro, sempre pronto para pegar partidas aos mais novos. Lembro-me da sua paciência. Não se cansava de nos ter por perto.
São tantas as memórias do tio Tanche, e ao mesmo tempo as memórias desse tempo misturam-se com uma saudade sufocante que só agora me apercebi que sentia. Apesar de estar longe, sei que aquela casa que tantas memórias abraça, também terá saudades do riso e da alegria do tio Tanche. Agora ficará coberta por um manto de profunda tristeza e saudade. Sei que a tia Leia se irá sentir só naquela casa grande e que as suas lágrimas irão cair sobre aqueles corredores durante muito tempo. Nunca os imaginei separados, sempre pensei que o tio Tanche fosse viver até os cem anos e que continuaria a fazer rir todos à sua volta com as suas estórias e a sua boa disposição. Tio, bô bai ced demás.
Não tive oportunidade de lhe dizer o quanto gostava dele. Vou dizê-lo agora
Tio, nunca teremos outro amigo como tu. Onde quer que estejas, o teu riso e a tua alegria estará sempre presente. Quero que saibas que foste sempre o nosso preferido. Desculpa-me não me ter despedido de ti. Tinhas acabado de fazer anos! Não deverias ter partido tão cedo. Tinha programado ir lá a vossa casa em São Vicente, queria apresentar-te o meu namorado, queria que ele visse aquela casa e que ouvisse as tuas estórias.
Mas sei que vais estar lá. Aquela casa era o teu mundo. Sei que não deixarás a tia Leia sozinha. Espero encontrar-te lá, onde sempre foste feliz. Sabes que sempre gostei daquela casa e sei que te vou encontrar lá. Vais ficar feliz por nos ver novamente. Quero ver o pé de tamarina e roubar-te algumas se ainda houver. E olha tio, sei onde te vou encontrar. Estarás naquele teu quarto secreto que fechavas à chave e não deixavas ninguém entrar. É lá que vais estar.
Não me despedi de ti, mas não é preciso porque sei que te vou encontrar lá. Isto não é um Adeus, é um até à próxima. Um beijo da tua Mariana.
Era um homem pequeno e roliço, mas muito robusto. Tinha uma luzente careca que dava vontade de passar a mão. o Tio Tanche não era um homem qualquer. Era um homem que parecia não envelhecer. Passavam-se anos e ele continuava o mesmo homem robusto e doce de sempre. Era o melhor tio que uma pessoa poderia ter. Ele a a sua esposa, tia Leia. E nem sequer são tios, são parentes, e mas muito mais do que isso, são verdadeiros amigos, uma preciosidade nos dias que correm. Tio Tanche e tia Leia. São as melhores pessoas do mundo.
Lembro-me de brincarmos todos na casa deles. Era uma casa grande com um bonito pátio interior com jardim com um pé de tamarina, que costumávamos trepar para colhermos as saborosas tamarinas. Não havia tamarinas tão boas como aquelas. Comiamos tanto que ficavámos com dor de barriga.
Os corredores que davam para os quartos ladeavam o pátio. Tinha muitas plantas. Lembro-me de percorrermos os corredores desta casa até nos cansarmos. Depois íamos para a cozinha comer um lanche bem farto que a tia Leia nos tinha preparado. O tio Tanche sentava-se sempre à mesa connosco, sempre bem disposto e cheio de estórias para contar. Lembro-me do seu riso sonante e contagiante, do seu sorriso aberto, dos seus braços sempre prontos para nos abraçar, dos seus olhos sinceros, alegres. Lembro-me da sua meiguice, do seu ar de malandro, sempre pronto para pegar partidas aos mais novos. Lembro-me da sua paciência. Não se cansava de nos ter por perto.
São tantas as memórias do tio Tanche, e ao mesmo tempo as memórias desse tempo misturam-se com uma saudade sufocante que só agora me apercebi que sentia. Apesar de estar longe, sei que aquela casa que tantas memórias abraça, também terá saudades do riso e da alegria do tio Tanche. Agora ficará coberta por um manto de profunda tristeza e saudade. Sei que a tia Leia se irá sentir só naquela casa grande e que as suas lágrimas irão cair sobre aqueles corredores durante muito tempo. Nunca os imaginei separados, sempre pensei que o tio Tanche fosse viver até os cem anos e que continuaria a fazer rir todos à sua volta com as suas estórias e a sua boa disposição. Tio, bô bai ced demás.
Não tive oportunidade de lhe dizer o quanto gostava dele. Vou dizê-lo agora
Tio, nunca teremos outro amigo como tu. Onde quer que estejas, o teu riso e a tua alegria estará sempre presente. Quero que saibas que foste sempre o nosso preferido. Desculpa-me não me ter despedido de ti. Tinhas acabado de fazer anos! Não deverias ter partido tão cedo. Tinha programado ir lá a vossa casa em São Vicente, queria apresentar-te o meu namorado, queria que ele visse aquela casa e que ouvisse as tuas estórias.
Mas sei que vais estar lá. Aquela casa era o teu mundo. Sei que não deixarás a tia Leia sozinha. Espero encontrar-te lá, onde sempre foste feliz. Sabes que sempre gostei daquela casa e sei que te vou encontrar lá. Vais ficar feliz por nos ver novamente. Quero ver o pé de tamarina e roubar-te algumas se ainda houver. E olha tio, sei onde te vou encontrar. Estarás naquele teu quarto secreto que fechavas à chave e não deixavas ninguém entrar. É lá que vais estar.
Não me despedi de ti, mas não é preciso porque sei que te vou encontrar lá. Isto não é um Adeus, é um até à próxima. Um beijo da tua Mariana.
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