Sento-me no topo das escadas que dão acesso à parte superior da zona onde moro. Acendo um cigarro e contemplo a paisagem à minha volta. No meio de prédios coloridos vejo o céu onde atravessam alguns pássaros e mais ao fundo os telhados das vivendas. É um óptimo lugar para pensar. Penso em como a vida é frágil e como de repente as nossas vidas podem mudar com um acontecimento inesperado. Um minuto somos felizes, no minuto a seguir podemos ser invadidos por angústias, incertezas e medos. Basta um telefonema. Mas no meio deste turbilhão de sentimentos, penso "não, vou ser optimista, não me vale de nada pensar o pior, não vai ser nada grave". Apago o cigarro no cimento, levanto-me e dirijo-me para casa, onde sei que tenho que fazer os possíveis para não mostrar a tristeza que se apoderou de mim, para que o meu filho não se aperceba de que a mãe não está bem. Talvez ele nem se aperceba de nada, mas mesmo assim, não merece receber em troca de uma riso inocente, uma cara puxada. Entro em casa e encontro-o com o pai, e tal como previra, com um largo sorriso estampado no rosto. Devolvo-lhe o sorriso e seguro nele, abraçando-o com força na tentativa de impedir que as lágrimas escorressem descontroladamente.
(o meu pai foi hospitalizado, pode não ser nada, mas o simples facto de saber que ele está deitado naquela cama, cheio de tubos e rodeado de estranhos deixa-me com um nó na garganta que estou com dificuldades em fazer desaparecer)
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1 comentário:
Credo amiga... Que se passou??? =/
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