3 de agosto de 2005

vai passar!

(a um amigo que está a passar um momento dificil... espero que ajude, se não ajudar, sempre tens os jeeps :D )

Isto do amor é complicado ... estas feridas chatas demoram a sarar, é verdade ...mas aos poucos vamos “esquecendo” ... entre aspas porque na verdade não esquecemos, no fundo, apenas transferimos essas memórias para aquela gaveta na nossa mente onde estão guardadas as coisas que supostamente não nos devíamos lembrar mais. E a maior parte das vezes, não nos lembramos mesmo, e ainda bem.

Depois do choque inicial da separação, é difícil imaginar a nossa rotina sem aquela pessoa, principalmente se ainda nutrimos sentimentos fortes por ela. Talvez o mais difícil seja a fase de habituação à vida sem a nossa “companhia permanente”, sem o nosso braço direito, sem a nossa cara metade... ou como queiram chamar. É difícil, mas por mais difícil que nos pareça e por mais que soframos... essa fase, aos poucos, acaba por dar lugar, a outros sentimentos e vai abrindo outras portas (ou janelas... depende daquilo que gostamos mais de abrir :P )


Talvez com auxílio de algum estranho mecanismo de defesa, começamos por deixar de pensar no cheiro, no toque, nos beijos ... abandonamos a ideia da presença daquele corpo reconfortante, constante e acolhedor do outro lado da cama...e aos poucos nos vamos habituando ao espaço vazio da cama.

Depois, esquecemos a voz, os gestos, os tiques, os hábitos e as manias. A forma de olhar e de falar passam a ser recordações vagas, com o passar do tempo, vamos tendo dificuldade em lembrar esses pormenores.

Passado algum tempo (muito tempo para alguns, pouco tempo para outros), as recordações vão sendo cada vez menos frequentes, vão tendo cada vez menos força. Embora nos lembremos, já não nos afecta tanto, já não nos faz perder o sono nem o raciocínio. Apesar de ainda gostarmos da pessoa, já nos habituámos a estar sem ela e retomámos a nossa vida. Perdemos algumas coisas, mas podemos ganhar muito mais. É a nossa oportunidade para nos reencontrarmos, para estar em contacto com novas experiências, conhecer novos rostos, aprender ou reaprender coisas esquecidas. É tempo para descobrir o que somos, o que queremos, reconquistando. Demos acreditar que este tipo de experiência, apesar de dolorosa, é também uma aprendizagem. Devemos acreditar que nos dão força e sensatez ... ou talvez não, mas isso são outras histórias :P

Por fim.. quando damos por nós.... já nem nos lembramos daquela pessoa que significou tanto para nós. E mesmo que saibamos que ele/ela possa agora significar muito para outra pessoa, esse pormenor já não nos afecta, muitas vezes até nos perguntamos “o que é que vi nessa pessoa afinal”. Tudo é relativizado ... tudo é posto em causa, mas não faz mal porque estamos mais “em alerta”. Crescemos um bocadinho... e tão cedo não nos apanham ... (que monte de mentiras que acabei de dizer nesta última frase...lol)


Isto é só para dar uma forcinha a um amigo... essa dorzinha vai passar!

Don't worry, be happy

1 comentário:

Anónimo disse...

Vai passar, sim, eu sei disso. Só dói até cehgar lá.

Obrigado pela força! :)*