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Mas não responsabilizo o ditado e o facto de ter arrancado os solitários cabelos brancos de outrora. Simplesmente cheguei à conclusão que chegou a altura de eles começarem a desabrochar em todo o seu esplendor. Podia ser pior, podiam ser verrugas, essas eu não iria conseguir suportar do alto dos meus 36-quase-37 anos.
Dois sentimentos opostos invadem a minha alma todas as manhãs quando me olho ao espelho e me deparo com esta nova realidade, esta nova etapa da vida. Primeiro a indignação. Que feios que são estes malditos cabelos brancos, bolas não vão com nada. A seguir vem a resignação. Estão ali como espécie de medalhas representado sabedoria, experiência, maturidade e enfim, a chegada do outono da vida. Se não for isto, são as preocupações penso, isso as preocupações dão cabo de uma pessoa. Contemplo-os mais uma vez e outros sentimento rasga abruptamente o sereno momento de resignação. A negação. É preciso minimizar os estragos. Vou ter de disfarçar toda esta sabedoria, vai muito mal com jeans. A maturidade não tem de ser representada por meros fios de cabelos prateados. Simplesmente é. Portanto, decido que vou pintar o cabelo de uma cor que confira um ar mais fresco à minha pessoa.
Agora o dilema. De que cor vou pintar os sábios cabelinhos brancos que teimam em aparecer no meio do escuro? Tenho que pensar muito bem.
Sempre quis ser ruiva.
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