9 de agosto de 2006

Cada momento é uma dádiva

Quando sabemos da morte de um amigo ou de alguém que conhecemos, repensamos a nossa vida e organizamos mentalmente as nossas prioridades e as nossas perspectivas. Sentimo-nos impotentes perante a força do destino (se é que existe tal coisa) , percebemos quão pequenos e frágeis somos e choca-nos a rapidez e frieza com que a vida nos é arrancada. Tantos sonhos, projectos de vida...tudo desaparece num último sopro de vida.
Ontem soube da morte de um amigo que já não via há muitos anos porque vivia no estrangeiro. Vi-o há algumas semanas de relance no aeroporto, mas não nos falamos. É daquelas coisas, vi-o ao longe e pensei "ah ele não me viu, teremos outras oportunidades de falar". Mas não tive outra oportunidade. Devia ter ido lá, devia ter ido falar com ele. Vi-o ontem pela última vez, dentro de um caixão coberto de bonitas flores. A morte não tem nada de bonito. É cruel e escolhe as suas vítimas aleatoriamente, seja quem for e o que significam para os outros. Chega e vence. Senti-me mal. Custou-me imaginar um Paulo sorridente e cheio de vida ali dentro, no escuro e sem vida.
É nestes momentos que repensamos a vida. É uma vida estupidamente curta, mas mesmo assim há quem vá muito antes do seu tempo. Paulo morreu estupidamente num acidente de mota, tinha apenas 30 anos.
Cada momento é uma dádiva, aproveitemo-los como se não houvesse amanhã.

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