Carolina acordou primeiro do que ele. Era sempre assim. Nunca conseguia dormir até muito tarde quando estava na cama de outra pessoa, no quarto de outra pessoa, em casa de outra pessoa, não importava que situação era. Desde pequena era assim e dificilmente iria mudar. Observou por alguns instantes o homem com quem tinha passado a noite. A dormir, tinha um ar inocente e inofensivo, mas seria inofensivo? Claro que não, conhecia-o bem. Era um homem incrivelmente instável e confuso, uma alma praticamente impenetrável, mesmo para uma amiga de longa data, a melhor amiga. Ela conhecia-o bem, bem demais. Eram amigos, mas talvez depois disto deixassem de ser. “Veremos como será quando ele voltar a si” interrogou-se.
Podia acontecer a qualquer um. Ela vai a casa do melhor amigo para desabafar, bebem uns copos, dançam um pouco, ela despeja toda a amargura que lhe vai na alma, ele ouve, ouve, ouve mais um pouco, depois afaga-lhe os cabelos, beija-lhe a face .... “Meu Deus, o que fui fazer??!! Mais uma bela amizade arruinada!” pensou enquanto se mentalizava que tinha que se decidir. Ía? Ficava? Talvez fizesse um café. Não, iria fazer barulho e acordá-lo. Talvez devesse agarrar nos seus trapitos, vestir-se discretamente e sair dali para fora antes que fosse tarde. Estava no redemoinho destes pensamentos revoltos quando sentiu-o remexer-se na cama e procurá-la com as mãos. Carolina encostou novamente o corpo ao dele e deixou que ele a encontrasse e sussurrou “sossega, por enquanto estou aqui, mesmo que não saibas como vim aqui parar, nem com isto aconteceu”. Ainda de olhos fechados, ele murmurou qualquer coisa imperceptível e voltou a cair num sonho profundo e imperturbável. Carolina aguardou mais alguns instantes e depois decidiu-se “É desta, vou aproveitar agora para me ir embora”. Com muito cuidado, para não o acordar, levantou-se da cama, vestiu-se rapidamente e dirigiu-se à porta de saída. Seria melhor assim.
Podia acontecer a qualquer um. Ela vai a casa do melhor amigo para desabafar, bebem uns copos, dançam um pouco, ela despeja toda a amargura que lhe vai na alma, ele ouve, ouve, ouve mais um pouco, depois afaga-lhe os cabelos, beija-lhe a face .... “Meu Deus, o que fui fazer??!! Mais uma bela amizade arruinada!” pensou enquanto se mentalizava que tinha que se decidir. Ía? Ficava? Talvez fizesse um café. Não, iria fazer barulho e acordá-lo. Talvez devesse agarrar nos seus trapitos, vestir-se discretamente e sair dali para fora antes que fosse tarde. Estava no redemoinho destes pensamentos revoltos quando sentiu-o remexer-se na cama e procurá-la com as mãos. Carolina encostou novamente o corpo ao dele e deixou que ele a encontrasse e sussurrou “sossega, por enquanto estou aqui, mesmo que não saibas como vim aqui parar, nem com isto aconteceu”. Ainda de olhos fechados, ele murmurou qualquer coisa imperceptível e voltou a cair num sonho profundo e imperturbável. Carolina aguardou mais alguns instantes e depois decidiu-se “É desta, vou aproveitar agora para me ir embora”. Com muito cuidado, para não o acordar, levantou-se da cama, vestiu-se rapidamente e dirigiu-se à porta de saída. Seria melhor assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário